Há centenas de portugueses espalhados pelo mundo que lideram operações em vários sectores. Prestam uma preciosa ajuda nos contactos sempre que uma delegação política ou empresarial portuguesa se desloca aos países onde trabalham.
Com vendas anuais superiores a cinco mil milhões de euros, o segundo maior retalhista em África, Pick’n Pay Retail, é liderado pelo português Pedro Pereira da Silva.
Com sede em Londres, o Lloyds Bank com receitas anuais de 26 mil milhões de euros, também é liderado por um português: António Horta Osório.
A operação europeia, do quarto maior banco do mundo, o HSBC, avaliado em 2,3 mil milhões de euros, é igualmente liderada pelo português, António Simões.
É também um português, David Simas, que dirige a Fundação Obama que angaria mais de 200 milhões de euros por ano. Depois há a portuguesa, Inês Caldeira, a executiva que dirige a operação da L’Oréal na Tailândia, uma empresa com um rendimento anual de 40 mil milhões de euros.
Estes são apenas alguns exemplos dos quadros portugueses que lideram algumas das maiores empresas e organizações do planeta, gerindo biliões de euros.
Cerca de 60 executivos da diáspora vão reunir-se em, Cascais, no Conselho da Diáspora que se realiza esta sexta-feira. Como adaptar a sociedade portuguesa à nova sociedade digital é um dos temas da conferência deste ano.
Diáspora quer ajudar a desenvolver Portugal.
O Conselho da Diáspora é uma organização criada para que “portugueses com percursos profissionais extraordinários, ansiosos por ajudar Portugal tenham uma estrutura onde o possam fazer”, explica Filipe de Botton, fundador e presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa. Pretende-se “reaproximar os portugueses de influência que estão fora de Portugal”.
São cerca de uma centena de figuras dos mais diversos sectores que “desenvolvem ações para apresentar Portugal nos seus países de acolhimento”, acrescenta o empresário. Prestam também uma preciosa ajuda nos contactos sempre que uma delegação política ou empresarial portuguesa se desloca aos países em que trabalham. “São pessoas bastante influentes nas sociedades de acolhimento que ajudam Portugal”, acrescenta.
E já há resultados desde que este conselho foi criado em 2012.
A criação de um Fundo de Biotecnologia de 50 milhões de euros, em parceria com a Universidade do Porto, foi uma das iniciativas concretizadas.
Conselheiros fazem a ponte entre Portugal e o mundo
Os conselheiros “funcionam como uma rede de magistratura de influência, fazendo pontes entre Portugal e os países onde estão”, refere Paulo Esteves Veríssimo, que dirige um laboratório de investigação na área da informática na Universidade do Luxemburgo.
“O Conselho da Diáspora pode ajudar Portugal a afirmar-se no mundo. Os conselheiros nos países em que residem conseguem ter uma visão mais global”, afirma Rita de Sousa Coutinho. A gestora da Walmart na China afirma que “não são governantes, nem políticos, mas convivem no dia a dia com a sociedade dos países em que estão a residir, desenvolvem negócios, fomentam trocas e partilham experiências que podem ser muito válidas e relevantes para Portugal”.
Todos sonham regressar a Portugal
Apesar de terem carreiras vencedoras nos países onde vivem, todos estes conselheiros com que o Contacto falou sonham regressar a Portugal. Para o professor da Universidade de Bruxelas, Paulo Esteves Veríssimo a única questão é: Quando? Porque “Portugal é o melhor país do mundo para viver”, responde.
Também Rita de Sousa Coutinho diz acreditar que “o regresso a Portugal vai acontecer quando sentir que é o momento certo, sobretudo porque equilibro a minha vida pessoal com a profissional”.
Já Pedro Pereira da Silva afirma que “mais tarde ou mais cedo vai querer voltar a Portugal que é o paraíso”.
Por Contacto, Dezembro de 2019