Portugal sobe no índice de progresso social e regressa ao top 20. O ranking é liderado pelos países do norte da Europa. Portugal tem a 2ª posição entre os 15 países com um PIB per capita semelhante.
Portugal subiu uma posição no Índice de Progresso Social (IPS) deste ano, regressando ao clube dos 20 melhores países, de onde tinha saído na lista de 2016. Registou uma melhoria na generalidade dos indicadores, com especial destaque para os relacionados com a cidadania e a segurança, mas tem problemas com a educação e a habitação a preços acessíveis.
Esta é a quarta edição do IPS, um ranking de bem estar social elaborado pela Social Progress Imperative, uma organização não governamental, com o apoio da consultora Deloitte. Com 85,44 pontos em 100 possíveis, Portugal surge este ano logo a seguir a França, que contabilizou 85,92 pontos, e à frente da Eslovénia, que regista 84,32 pontos. Face aos pares – países com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita idêntico –, mantém o segundo lugar, atrás da Espanha, que ocupa a 16ª posição num ranking global de 128 países, liderado por países do norte da Europa. A Dinamarca é a primeira classificada, com 90,57 pontos, depois de ter ultrapassado a Finlândia, líder em 2016, seguindo-se, ex-áqueo, a Islândia e a Noruega.
O IPS recolhe informação para 50 indicadores, que depois são trabalhados em 12 componentes de três eixos de avaliação: “Basic Human Needs”, “Foundations of Wellbeing” e “Opportunity”. Portugal subiu três posições no primeiro eixo, relativo a necessidades básicas, para o 16º lugar, registando subidas nas pontuações das componentes de “nutrição e cuidados de saúde primários” e, especialmente, “segurança pessoal”, em que subiu cinco postos no ranking relativo, para a 14ª posição. Perdeu, no entanto, na componente “abrigo”, por causa de um pior acesso a habitação a preços acessíveis. Subiu, também, três posições no eixo “Oportunidade”, apontado como diretamente relacionado com a felicidade, para a 20ª posição. Das quatro componentes, três subiram: “direitos individuais”, “liberdade de escolha” e “tolerância e inclusão”, sendo que esta última é uma informação tida em conta na captação de investimento estrangeiro.
Portugal tem o 13º melhor registo global, o que é tanto mais importante quando a organização que produz o ranking regista uma resistência geral à melhoria dos indicadores deste eixo. No eixo das “fundações do bem estar”, regista-se uma descida no ranking, de 19º para 20º, mas uma subida em pontuação, pelas melhorias nos componentes de “acesso à informação e comunicações”, “saúde e bem estar” e “qualidade ambiental”. Os pontos negativos estão relacionados com a educação. Primeiro, a “literacia de adultos”, onde o desempenho do país está significativamente abaixo do esperado face aos pares; depois, a componente de “acesso a educação avançada”, que também está pior do que devia, especialmente nos indicadores relacionados com a frequência do ensino superior e o número de anos de escolaridade das mulheres.
Por Jornal Económico, Julho 2017