No maior estudo que testa a literacia junto dos alunos de 72 países e regiões, os estudantes portugueses de 15 anos conseguiram um desempenho significativamente acima da média da OCDE.
Pela primeira vez em seis edições do PISA – o maior estudo nesta área que testa a literacia junto dos alunos de 72 países e regiões –, os estudantes portugueses de 15 anos conseguiram um desempenho significativamente acima da média da OCDE, tanto a ciências, como a leitura. A matemática mantiveram-se na média. Em todos os casos, a evolução é inegável desde que o país começou a participar neste estudo, em 2000, com Portugal a galgar várias posições na comparação internacional. Foi um longo caminho para aqui chegar e muitos reivindicarão os méritos do sucesso.
Mas o que os resultados do Programme for International Student Assessment (PISA) 2015 mostram sem margem para dúvidas é que o país já não pertence mais à cauda da Europa ou da OCDE. No caso do PISA, a evolução começou logo no início do século, com saltos mais significativos no período 2000-2003, 2006-2009 e agora entre 2012 e 2015, nota o Instituto de Avaliação Educativa, responsável pela aplicação dos testes em Portugal a uma amostra representativa de mais de sete mil alunos.
O estudo realiza-se de três em três anos e pretende dar o retrato não tanto dos conteúdos aprendidos nas escola, mas daquilo que os miúdos de 15 anos conseguem fazer com eles, designadamente para “resolver situações relacionadas com o dia-a-dia das sociedades contemporâneas”. No caso da literacia científica, o domínio que esteve em destaque no PISA 2015, estão em causa a explicação de fenómenos cientificamente, conceber e utilizar o método científico para resolver um problema e interpretar dados e factos de forma científica. Em 2000, Portugal ocupava a antepenúltima posição na literacia em ciências e em leitura. A Matemática só tinha quatro países atrás. Agora, e contando apenas com os 35 Estados que integram a OCDE, as posições de Portugal são estas: 17º na literacia científica, 18º em leitura e 22º a matemática. Se se contar com o universo de 72 participantes – dentro e fora da organização -, os lugares passam a 23º, 21º e 29º, respetivamente.
Mas há mais: Portugal foi o país que registou uma melhoria mais acentuada na percentagem de alunos com os melhores desempenhos em literacia científica (a OCDE chama-lhes “top performers”, com resultados iguais ou superiores ao nível 5) entre os dois ciclos de avaliação (2006 e 2015) e um dos que mais viu a percentagem de “low achievers” (alunos com piores desempenhos, abaixo do nível 2) diminuir.
Consulte os Resultados: AQUI
Por Expresso, Janeiro 2017