O ecossistema empreendedor tem entre 200 e 300 startups que valem 1,2 mil milhões de euros, diz estudo da organização americana Startup Genome.
O ecossistema empreendedor de Lisboa tem entre 200 e 300 startups que, juntas, valem 1,2 mil milhões de euros. “Isto não é uma moda. As startups são a génese do futuro”, notou Paulo Soeiro de Carvalho, director municipal de Economia e Inovação da Câmara de Lisboa, no lançamento da sexta edição da Semana do Empreendedorismo de Lisboa, no passado dia 2 de Maio.
Segundo o relatório que a organização americana Startup Genome publicou no mês passado, cada startup em early-stage recebeu, em média, 184 mil euros (o valor é a soma das rondas de investimento seed e Série A, em 2014 e 2015). A organização tem como missão “aumentar a taxa de sucesso das startups e tornar esta revolução global, para que cada cidade participante tire benefícios da nova economia, através da criação de emprego e do crescimento económico”. “Lisboa está no fundo da tabela, principalmente, por causa da sua infância. Não tem muitos exits (momento em que uma startup sai da esfera dos investidores de capital de risco para ser adquirida por outra ou entrar em bolsa) ou pessoas que já tiveram exits antes, mas o seu ranking de valorização ultrapassa os outros indicadores de desempenho, o seu investimento inicial está a crescer a um ritmo acelerado e o ecossistema está a integrar-se bem com o resto da Europa”, conclui o relatório.
A par de Jerusalém, Helsínquia e Estónia, Lisboa destaca-se pela ligação aos ecossistemas mais maduros e pela quantidade de startups que chega a clientes estrangeiros. As startups da capital têm mais de um terço de clientes estrangeiros (34%), 10 pontos percentuais (p.p.) a mais do que as de Barcelona, por exemplo, e 9 p.p. mais do que a média global. Juntamente com um forte desempenho no indicador da conectividade – Global Connectedness – , Lisboa está perto dos 20 primeiros da tabela, no que respeita ao acesso a mercados internacionais.
Lisboa tem ainda a taxa mais elevada de mulheres fundadoras (17%) na Europa, apontando para “um crescimento inclusivo, o que poderá ser uma vantagem competitiva no futuro”, refere o estudo. Relativamente à formação académica dos fundadores das startups, 82% têm mestrado ou doutoramento. O salário dos engenheiros de software que trabalham em empresas portuguesas ronda os 27 mil euros, por ano. A média global é de 45 mil euros.
Há quatro anos havia 6 incubadoras na cidade. Hoje há 18, entre incubadoras e aceleradoras, e mais de 40 espaços de coworking. Em 2016, 475 startups estavam incubadas, gerando 3.164 postos de trabalho. Entre 2014 e 2016, foram criadas 700 empresas nos setores high-tech em Lisboa.
Por Observador, Maio 2017