Com uma carreira bem sucedida no estrangeiro, a Conselheira da Diáspora, Joana Rocha Scaff, managing director e head of Europe Private Equity na Neuberger Berman, é hoje é uma das 50 pessoas mais influentes em private equity na Europa, em que apenas quatro são mulheres.
Joana Rocha Scaff é managing director e head of Europe Private Equity na Neuberger Berman, onde está há mais de 14 anos. Licenciou-se em Gestão e Administração de Empresas na Universidade Católica e iniciou a carreira na banca de investimento, tendo coberto os setores de telecomunicações, media e serviços de informação. Começou em Portugal no BESI, mas nove meses depois aceitou um convite para participar numa importante operação de fusão e aquisição no Brasil e nunca mais regressou a casa. Assume que aceitar o convite não foi um ato de coragem, mas fruto do seu espírito aventureiro e de alguma ingenuidade, mas que foi um passo determinante na sua carreira. Depois de quase três anos no Brasil, fez um MBA nos Estados Unidos, de seguida entrou no Citigroup Global Markets e dois anos depois mudou para a Lehman Brothers. Estava lá quando o banco colapsou, em 2008, e integrou a equipa de executivos que fez uma proposta de compra da gestora de investimentos do banco, conseguindo resgatá-la dos escombros e fazê-la crescer a bom ritmo na última década.
Desde 2007 que trabalha em private equity e é considerada uma das mulheres mais influentes nesta área na Europa. Desde que assumiu a liderança do mercado europeu na Neuberger Berman, que os resultados da empresa não param de aumentar em volume de fundos geridos e em número de clientes. Pela sua experiência internacional de cerca de duas décadas, Joana Rocha Scaff é Conselheira da Diáspora Portuguesa desde 2018.
Começou a trabalhar no mercado financeiro assim que concluiu a licenciatura?
Formei-me na Universidade Católica, em Gestão e Administração de Empresas, e comecei a trabalhar num banco de investimento. Sempre tive grande interesse pela área financeira, e de certa maneira também aptidão, pois foi claramente a área do curso em que era melhor e que mais me motivava.
O meu primeiro emprego foi em Portugal, mas logo no primeiro ano tive oportunidade de trabalhar num projeto no Brasil. Pensei que iria por dois meses, mas acabei por ficar cerca de três anos. Depois dessa experiência fiz um MBA na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Quando se faz um mestrado nos Estados Unidos temos acesso amplo a oportunidades no país e decidi continuar a minha carreira em banca de investimento em Nova Iorque, a trabalhar no Citigroup – Salomon Smith Barney -, e depois passei para a Lehman Brothers, sempre na área de banca de investimento.
A Lehman Brothers tinha uma política de diversidade e mobilidade francamente boa e foi em 2007 que mudei para o departamento de Private Equity, dentro da área de Investment Management. Uns anos mais tarde fui convidada a ir para a Europa e mudei para Inglaterra há cerca de oito anos, depois de passar 10 anos a estudar e trabalhar em Nova Iorque. Atualmente sou responsável pela área de Private Equity da Europa para a minha empresa. Somos uma empresa privada, detida actualmente por cerca de 550 empregados. Comprámos a empresa à Lehman Brothers em 2009 e desde então somos nós que a gerimos e que a temos feito crescer.
A empresa faz investimentos na maioria para clientes institucionais e gerimos investimentos em vários tipos de ativos. Na área de Private Equity gerimos 80 mil milhões de dólares, cerca de 20% desse montante vem de clientes europeus. Eu sou responsável pelos investimentos de Private Equity na Europa, focados em fundos e co-investimentos, e pela equipa europeia, sediada em Londres.