O documentário sobre Amadeo de Souza Cardoso, realizado pelo Conselheiro da Diáspora Christophe Fonseca, foi exibido pela 1ª vez na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Amadeo de Souza Cardoso: O último segredo da arte moderna”, um filme realizado pelo Conselheiro e realizador Christophe Fonseca, é o resultado de uma co-produção internacional, que teve estreia na RTP1 no passado dia 20 de Abril e, antestreia no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian contando com a presença de cerca de 1.200 pessoas.
Um documentário sobre a vida do artista Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918), revela uma colagem inédita do artista e a forma singular como explorou a cor nas suas obras. A vida do artista, precocemente desaparecido, com apenas 30 anos, é o centro deste filme que também inclui o resultado de pesquisas científicas e algumas descobertas recentes. Na casa de família de Amadeo de Souza Cardoso, em Manhufe, concelho de Amarante, Helena de Freitas, consultora científica deste documentário, mostra a colagem descoberta a Laurent Salomé, director científico do Grand Palais, em Paris, onde, foi inaugurada uma grande exposição dedicada ao artista português. “É uma colagem que poderia ser uma obra pop”, comenta o especialista, indicadora do trabalho experimental e revolucionário que o artista produziu no início do século XX.
A vida de Amadeo começou em Amarante e passou depois por Lisboa, Paris, Nova Iorque e Chicago, destacando-se pelo diálogo que o artista estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século passado, tendo convivido com artistas como Modigliani, Brancusi, ou o casal Sonia e Robert Delaunay. O documentário relata os esforços de Amadeo para promover a sua obra, com contactos na Europa e nos Estados Unidos, produzindo um portfólio que impressionou os críticos da época, mas cuja carreira haveria de ser interrompida pela gripe pneumónica, que lhe causou a morte.
No filme são também reveladas peritagens realizadas no Departamento de Conservação e Restauro da Universidade Nova de Lisboa, onde, através de vários processos técnicos, mostraram que Amadeo utilizou pigmentos artificiais que tinham sido inventados no início do século e explorou as cores aprofundadamente para usar um “efeito vibrante” nos seus quadros. Através de exames de raios-X e ao microscópio realizados pelos especialistas, foi possível determinar, por exemplo, que o artista pintava habitualmente directamente nas telas sem traços prévios desenhados.
As filmagens passaram por Lisboa, Amarante e Porto, e continuaram depois em Paris, Nova Iorque, Washington, Chicago e Berlim, num projecto financiado pela rede France Télévisions, pelo organismo público francês Réunion des Musées Nationaux et du Grand Palais des Champs-Élysées, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Este documentário reúne contributos de mais de uma dezena de curadores, historiadores de arte e investigadores.
O realizador Christophe Fonseca, fundador da Imagina Produções, criou mais de quatro dezenas de documentários e grandes reportagens, tendo obtido vários prémios e distinções em França, onde reside. O documentário, que também conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Caixa Geral de Depósitos, da Fidelidade e do Município e Museu.
O filme de Amadeo de Souza-Cardoso, irá ser exibido também nos canais da France Télévisions, cuja rede internacional fará chegar a obra a mais de 180 países.
Assista à entrevista concedida pelo realizador à RTP: AQUI
Por Conselho da Diáspora, Abril 2016