O Conselho da Diáspora Portuguesa (CDP), que reúne 309 Conselheiros de Portugal no Mundo espalhados por 42 países nos cinco continentes, realizou o seu Encontro Anual nos dias 19 de dezembro, na Nova SBE, e 20 de dezembro, no Hotel Pestana Cidadela Cascais.
O primeiro dia do evento foi dedicado à Reunião Interna do Conselho, que reuniu os Conselheiros de Portugal no Mundo e os membros do Conselho Consultivo. Durante este encontro, foi realizado um balanço das atividades desenvolvidas em 2024 e definidos os objetivos estratégicos para o ano seguinte.
Entre os temas centrais da reunião, destacaram-se os projetos e iniciativas promovidos pelos Núcleos Regionais da Diáspora e pelos Centros de Competência, assim como a apresentação do Plano de Comunicação do Conselho da Diáspora para 2025, elaborado pelos Jovens Conselheiros em conjunto com a Equipa Executiva.
Foi também apresentado um ponto de situação da Diáspora Jovem, desde o seu lançamento em julho de 2024, durante o EurAfrican Forum, e o plano para 2025, que inclui o compromisso de continuar a expansão do programa, com a inclusão de até 15 novos jovens Conselheiros. Durante a reunião foi também abordada a colaboração com a Rede Global da Diáspora e o Conselho das Comunidades Portuguesas, reforçando a importância destas parcerias para o alcance dos objetivos do Conselho.
No final do dia, foi assinado um Protocolo de Colaboração entre o Conselho da Diáspora Portuguesa e o projeto Erasmus+ Diáspora, da Fundação António Pargana. Este marco contou com a presença de Bernardo Ivo Cruz, Diretor Executivo da Fundação, e Miguel Guedes, Vogal do Conselho de Administração. O dia terminou com um jantar no Restaurante Azure, na Nova SBE.
O segundo dia teve como principal tema de discussão o “Soft Power e as Relações Económicas e Comerciais Globais” e contou com a presença de cerca de 220 convidados, incluindo líderes políticos, mais de uma centena de Conselheiros de Portugal no Mundo e figuras do maior relevo empresarial e institucional que debateram a forma como a colaboração para a criação e desenvolvimento de parcerias de valor entre os setores público e privado promovem maior crescimento e prosperidade.
Marcelo Rebelo de Sousa, recordou que “A Diáspora Portuguesa é inseparável da nossa história e do nosso soft power. Nós somos portugueses, somos universais e por isso a Diáspora é um fator estratégico essencial para o país pelo impacto artístico, cultural, científico e tecnológico que promove”. O Presidente da República Portuguesa e Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa, de olhos postos no futuro, referiu ainda que “uma das capacidades mais vincadas dos portugueses é a capacidade de rejuvenescimento e é essa a expetativa também em relação ao Conselho da Diáspora Portuguesa que, em 2025, tenha uma agenda mais ambiciosa e com mais iniciativas para continuar o grande trabalho que tem vindo a desenvolver.”
Paulo Rangel, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Vice-Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa, destacou que “As diásporas mudam as vidas dos seus próprios países pois, atualmente, estar dentro e estar fora é a mesma coisa, graças à capacidade de mobilidade e de conectividade que temos.”, defendendo que “O que se pede à Diáspora Portuguesa é o reconhecimento desta nova situação em que, no fundo, estamos todos numa posição de igualdade com uma oportunidade para captar investimento, promover trocas comerciais e alavancar o nosso desempenho económico”.
“Portugal é um dos três países referência em matéria de equilíbrio de finanças públicas”, adiantou Mário Centeno. O Governador do Banco de Portugal esclareceu ainda que “Todos os setores têm de ser parceiros para garantir que há confiança, a base do investimento. Os setores público e privado não são uma dicotomia e a melhor parceria público-privada é o Estado assegurar estabilidade e previsibilidade para que o setor privado fazer o que lhe compete”, concluiu.
António Calçada de Sá, Presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa, afirmou: “Esta Reunião Anual foi pensada para estar em linha com a atividade do Conselho da Diáspora nos últimos anos, valorizando o debate em torno do soft power, os esforços coletivos pela melhoria da imagem e o prestígio de Portugal, assente em parcerias estratégicas em todo o Mundo.” “Éramos 22, agora somos 309. Impulsionados pelos núcleos regionais e agora também com o importante contributo dos novos 16 jovens Conselheiros, o Conselho da Diáspora Portuguesa cresceu em diversas as geografias sempre empenhado no seu grande desígnio de trabalhar por e para Portugal.”, concluiu.
José Manuel Durão Barroso, Presidente da Assembleia Geral do Conselho da Diáspora Portuguesa, defendeu que “No estrangeiro, Portugal é olhado com simpatia, mas com alguma condescendência. Por isso é que é importante ter portugueses em posições de destaque lá fora. Isto ajuda a diminuir o nosso complexo de inferioridade.”, reiterando que “O soft power é uma alavanca para os nossos interesses e que mobilizar esta nossa Diáspora é fundamental para o nosso rebranding e para a nossa dimensão global.”
O espaço de debate do Encontro Anual reuniu em painel João Rui Ferreira, Secretário de Estado da Economia, Helena Malcata, Diretora-Geral de Política Externa no Ministério dos Negócios Estrangeiros, e Carlos Leiria Pinto, Assessor do Vice-presidente para a Europa e América Latina da Corporação Financeira Internacional (IFC), para debater “Parcerias de Valor – Como os Setores Público e Privado Podem Caminhar Juntos?”
José Ivo, Membro da Direção do Conselho da Diáspora e Cônsul Honorário de Portugal em Houston, apresentou a U.S. Friends of Portuguese Universities, entidade que preside e que tem como principal missão alavancar a filantropia internacional, facilitando donativos de cidadãos e organizações norte-americanas destinados a melhorar a qualidade dos programas de ensino, projetos e infraestruturas de várias universidades portuguesas.
O programa do Encontro Anual contemplou ainda a intervenção de Ronald DePinho, Membro do Conselho da Diáspora e Ex-Presidente do MD Anderson Cancer Center, sobre o Portugal-USA Cancer Initiative, o projeto luso-americano de colaboração científica contra o cancro que lidera e que inclui a parceria entre 22 universidades portuguesas e norte-americanas. O projeto em curso já permitiu a visita de professores para promover intercâmbio científico e colaborações inovadoras em ambos os países, uma formação intensiva de jovens investigadores junto de referências mundiais no setor e prevê, ainda, um programa sabático que permite aos estudantes portugueses participarem em investigações em laboratórios de topo nos EUA.
Marcelo Rebelo de Sousa discursou na cerimónia de encerramento do evento e entregou cartões de membro aos novos Conselheiros de Portugal no Mundo e Jovens Conselheiros.
Em 2024, comprometido com a sua expansão contínua e sustentada para o futuro, o Conselho da Diáspora Portuguesa recebeu 86 novos Conselheiros e 16 Jovens Conselheiros.